A história da Educação Ambiental inicia-se em 1962 quando a jornalista Rachel Carson, em seu livro "Primavera Silenciosa", denunciou a ação destruidora do homem em todo o mundo. O livro provocou grande discussão internacional, levando a ONU (Organização das Nações Unidas) a iniciar uma série de encontros, conferências e programas que buscassem abrir os olhos das pessoas com relação à preservação do meio ambiente, criando recomendações de utilização sustentável dos recursos naturais, afirmando assim a importância da Educação Ambiental no desenvolvimento da consciência crítica sobre questões ambientais.
No Brasil, a Educação Ambiental foi bastante discutida durante a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, a tão conhecida "RIO-92". Nela, procurou-se definir compromissos globais nos âmbitos social e ambiental, prevendo ações concretas a serem implementadas pelos governos e sociedade civil, através das recomendações da "Agenda 21". A partir deste momento, a educação ambiental passa a ser discutida no âmbito social, cultural, econômico e político. Como parte dessas medidas, em 27 de abril de 1999, é instituída a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795), que em seu Art. 1º, Capítulo I, diz que "a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal".
Por ser revolucionária e provocadora do exercício da cidadania, a Educação Ambiental foi e continua sendo boicotada no país. Um bom programa de Educação Ambiental deve permitir a compreensão da interdependência entre os diversos elementos que compõem o ambiente, com vista a utilizar racionalmente seus recursos. Desta forma, difunde hábitos que vão contra o interesse de tantos beneficiados pelo consumismo.
Vamos observar o tradicional conceito de riqueza. É um termo associado à acumulação de "coisas" (moedas, bens, títulos, ações, propriedades). Dificilmente pensamos em recursos como água, ar e biodiversidade; contudo, o sistema natural é a sustentação de todas as atividades econômicas que formam a riqueza das nações, empresas e famílias, sendo incoerente não se dar valor a esses recursos. A Educação para o Ambiente difunde a mudança de valores, abrindo os olhos da população para o que realmente é vital na busca de uma boa qualidade de vida.
Através da mudança de atitude de cada cidadão, a Educação Ambiental se faz presente. Uma pessoa está participando deste processo educativo quando colabora com a coleta seletiva do lixo, denuncia crimes ambientais, utiliza racionalmente recursos como água e energia, dá preferência a empresas que possuem o selo verde de qualidade, ou seja, aquelas que estão engajadas ou apoiam algum projeto ambiental. Não podemos nos esquecer também de que a Educação Ambiental pressupõe o reconhecimento dos valores sociais, integrando natureza e sociedade. Quando praticamos a honestidade, respeitamos o próximo, participamos de ações sociais ou quando lutamos por uma causa ambiental, também estamos compartilhando da Educação Ambiental.
Adotando e difundindo pequenos hábitos que contribuem com a saúde do meio ambiente, cada um de nós colabora com a manutenção dos recursos naturais para que ainda possam ser utilizados pelas futuras gerações.
Publicado no jornal "Brazópolis", edição de Maio de 2005