Projeto de lei que propõe a plantação de árvores em Guarulhos

Prefeitura de Guarulhos propõe programa de ilhas verdes

por Fernanda Dalla Costa — última modificação Aug 28, 2009 06:54 PM

 

A Prefeitura de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo, enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que propõe a plantação de árvores, a criação de mini-bosques e o incentivo aos telhados verdes para eliminar as ilhas de calor e combater o aquecimento global, informou a assessoria de imprensa da prefeitura.

Pelo proposta, programas de arborização e projetos de compensação ambiental de empresas que se instalarem na cidade terão que, de preferência, serem desenvolvidos em locais identificados como ilhas de calor. Este mapeamento geográfico faz parte de um estudo desenvolvido pelo pesquisador Antônio Manoel de Oliveira, do Laboratório de Geoprocessamento da Universidade de Guarulhos – UnG.
Segundo o estudo, ilhas de calor são formadas pelo excesso de ambientes construídos, solos impermeabilizados que geram calor, contribuindo para o aquecimento global e suas consequênciais, como as chuvas torrenciais. Essas áreas também causam desconforto térmico à população local.

A ideia de redigir uma lei surgiu em 2008, quando a prefeitura decidiu implementar um projeto piloto com o plantio de 3 mil árvores nas avenidas que circundam o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Esta região foi identificada como uma das maiores ilhas de calor.

O estudo recebeu R$100 mil de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e seus resultados estão disponíveis para os administradores públicos.

"Os pesquisadores, hoje, estão cada vez mais solicitados para contribuir com o bem-estar humano", disse Oliveira, que orienta seus alunos a também buscarem uma aplicação social para seus estudos.

A arborização nas regiões com maior concentração de calor aumenta a umidade do ar, equilibra a temperatura e aumenta a permeabilização do solo. O projeto de lei prevê ainda que as ações de compensação ambiental de novos empreendimentos deverão aderir ao Programa de Ilhas Vedes, investindo na região onde forem instalados. Caso não haja espaço para isso, a empresa deverá optar por telhados verdes ou jardins suspensos.
Segundo Fábio Roberto de Moraes Vieira, diretor do departamento de meio ambiente da Prefeitura de Guarulhos, a pesquisa permitiu que a cidade começasse encarar a questão do aquecimento global.

"Esta é a nossa primeira política pública de combate ao aquecimento global", disse Vieira. "Com a lei, ficará mais fácil trabalhar [nesta direção]."

Vieira esclareceu que a secretaria do meio ambiente sempre realizou programas de arborização, mas que, uma vez aprovada, a lei garantirá o plantio nas áreas mais quentes da cidade, seja nesta e em outras administrações.

"Este é um processo contínuo da secretaria, porém, agora, haverá um foco específico", afirmou.

A secretaria, em parceria com a UnG, já está realizando o levantamento das áreas que serão trabalhadas e elaborando um plano de ação.

"Em áreas públicas fica mais fácil atuarmos, mas não podemos arborizá-las totalmente, já que há equipamentos de infra-estrutura que devem ser mantidos nestes espaços, como as áreas de lazer", explicou.

Segundo Vieira, a prefeitura vai plantar mais 9 mil árvores na região do aeroporto, e está tentado sensibilizar os empresários para que plantem nas áreas internas das empresas. A gestão atual estuda, também, dar incentivos às empresas que aderirem ao programa.

"Existe uma lei, aqui em Guarulhos, que oferece incentivos fiscais às empresas que geram empregos ou melhoram a infra-estrutura da cidade", comentou. "Pretendemos propôr à secretaria de desenvolvimento econômico que isso seja agregado à lei, o [incentivo para o] benefício ambiental."

Fonte: http://www.revistasustentabilidade.com.br/pesquisa-e-inovacao/programa-de-ilhas-verdes-e-instituido-em-guarulhos