Digite aqui o resumo do post
Num mundo dinâmico, onde as transformações ocorrem numa velocidade impressionante, a escola continua sendo um dos últimos refúgios do pensamento crítico e da reflexão. Um laboratório de idéias onde o conhecimento e a criatividade deveriam ser aplicados com ênfase na construção de um mundo mais ético, justo e sustentável. Um espaço protegido das demandas imediatistas do mercado, que relega muitas vezes à escola a função de formar consumidores comportados e novos quadros profissionais perfeitamente ajustados ao velho paradigma.
Digite aqui o resto do post
Uma escola assim ofereceria a devida resistência ao que poderíamos chamar de movimento de manada, uma autêntica marcha da insensatez que inspirou o atual modelo de desenvolvimento, responsável pela destruição sistemática e sem precedentes dos recursos naturais não renováveis do planeta.
“Ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”, segundo relatório do governo brasileiro para a Rio92,
esse modelo vem exaurindo rapidamente o estoque de água doce e limpa, a fertilidade dos solos e a biodiversidade. A queima progressiva de petróleo, gás e carvão – os chamados combustíveis fósseis – agrava o aquecimento global, e mesmo quando há certeza científica da contribuição da humanidade para o fenômeno, os maiores países poluidores estabelecem metas tímidas de redução dos gases estufa, ou nenhuma meta, como é o caso do maior poluidor, os Estados Unidos.
Se as fontes mais sujas de energia são também as mais baratas, a equação está resolvida. Na busca de lucros incessantes, discriminase a variável ambiental e fechase o cerco contra os ecologistas, rotulados de inimigos do progresso. Um progresso explicitamente inspirado no livre mercado e no consumo crescente de produtos e serviços em escala global.
O que fazer? Qual é a saída para tudo isso? Há, na verdade, uma crise de percepção, um olhar estreito sobre a realidade que nos cerca. Somos escravos de uma visão reducionista, que relega muitas vezes à natureza a função de apenas nos suprir de alimentos, energia, matériaprima e belas paisagens.
Dilapidamos o patrimônio natural sem a percepção de que somos parte do planeta, de que o meio ambiente começa no meio da gente, a partir da nossa constituição física, onde a água, o ar, o solo e a luz solar são elementos fundamentais à manutenção da vida. Essa falsa dualidade – eu e o meio ambiente – denunciada pelos místicos na antigüidade, é confirmada pela física moderna, quando o universo é entendido como um complexo sistema de redes interdependentes, que interagem ininterruptamente.
Entender a vida na sua expressão mais holística, sistêmica e interrelacional não constitui o único desafio do nosso tempo. É preciso comunicar esse saber, traduzilo sem o peso do jargão ecológicocientífico, tornálo inteligível ao maior número possível de pessoas, a fim de que uma nova cultura se manifeste na direção da sustentabilidade. Viver de forma sustentável – em equilíbrio com o
meio ambiente – não é uma questão de estilo, mas de sobrevivência.
Sustentabilidade é, portanto, uma palavra chave na busca de um novo sistema de valores, um novo paradigma civilizatório. O desenvolvimento sustentável, conceito consagrado pela ONU pouco antes da Rio92 através do Relatório Brundtland, é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias necessidades. Tratase de um conceito em construção, que precisa ser testado e aprovado. Mas que contém desde já um mérito indiscutível: o de sinalizar rumo e perspectiva.
Uma das grandes contribuições do movimento ambientalista é lembrar que as gerações futuras têm o direito de dispor dos mesmos recursos naturais que nós. Por tabela, entendese que cada um de nós, indistintamente, deixará um legado para os outros que virão. É preciso ter consciência de como esse processo se resolve. Cada pequeno gesto, cada ação aparentemente insignificante, repercute de forma mensurável e significativa na economia da Terra.
Dispomos de conhecimento e tecnologia para desatar o nó que nos atrela ao velho paradigma e nos projeta na direção de um futuro sombrio. É preciso, porém, denunciar o esgotamento de um modelo suicida e sinalizar novos rumos para a sociedade, onde a sustentabilidade seja a premissa do desenvolvimento. A escola é o ponto de partida dessa viagem. Por isso, é urgente que incorpore desde já a variável ambiental, do contrário, será tarde demais. Aos professores, o prazer do desafio. Aos alunos, o sabor da descoberta. À escola, o resgate de um espaço onde a vida precisa ser compreendida na sua inteireza e complexidade.
Texto encomendado pelo ONG Leia Brasil para o Programa de Leitura Petrobras / Bacia de Campos que atende alunos e professores da rede pública de 13 municípios. fonte:www.mundosustentavel.com.br/jornalismo.asp
Digite aqui o resto do post
Uma escola assim ofereceria a devida resistência ao que poderíamos chamar de movimento de manada, uma autêntica marcha da insensatez que inspirou o atual modelo de desenvolvimento, responsável pela destruição sistemática e sem precedentes dos recursos naturais não renováveis do planeta.
“Ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”, segundo relatório do governo brasileiro para a Rio92,
esse modelo vem exaurindo rapidamente o estoque de água doce e limpa, a fertilidade dos solos e a biodiversidade. A queima progressiva de petróleo, gás e carvão – os chamados combustíveis fósseis – agrava o aquecimento global, e mesmo quando há certeza científica da contribuição da humanidade para o fenômeno, os maiores países poluidores estabelecem metas tímidas de redução dos gases estufa, ou nenhuma meta, como é o caso do maior poluidor, os Estados Unidos.
Se as fontes mais sujas de energia são também as mais baratas, a equação está resolvida. Na busca de lucros incessantes, discriminase a variável ambiental e fechase o cerco contra os ecologistas, rotulados de inimigos do progresso. Um progresso explicitamente inspirado no livre mercado e no consumo crescente de produtos e serviços em escala global.
O que fazer? Qual é a saída para tudo isso? Há, na verdade, uma crise de percepção, um olhar estreito sobre a realidade que nos cerca. Somos escravos de uma visão reducionista, que relega muitas vezes à natureza a função de apenas nos suprir de alimentos, energia, matériaprima e belas paisagens.
Dilapidamos o patrimônio natural sem a percepção de que somos parte do planeta, de que o meio ambiente começa no meio da gente, a partir da nossa constituição física, onde a água, o ar, o solo e a luz solar são elementos fundamentais à manutenção da vida. Essa falsa dualidade – eu e o meio ambiente – denunciada pelos místicos na antigüidade, é confirmada pela física moderna, quando o universo é entendido como um complexo sistema de redes interdependentes, que interagem ininterruptamente.
Entender a vida na sua expressão mais holística, sistêmica e interrelacional não constitui o único desafio do nosso tempo. É preciso comunicar esse saber, traduzilo sem o peso do jargão ecológicocientífico, tornálo inteligível ao maior número possível de pessoas, a fim de que uma nova cultura se manifeste na direção da sustentabilidade. Viver de forma sustentável – em equilíbrio com o
meio ambiente – não é uma questão de estilo, mas de sobrevivência.
Sustentabilidade é, portanto, uma palavra chave na busca de um novo sistema de valores, um novo paradigma civilizatório. O desenvolvimento sustentável, conceito consagrado pela ONU pouco antes da Rio92 através do Relatório Brundtland, é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias necessidades. Tratase de um conceito em construção, que precisa ser testado e aprovado. Mas que contém desde já um mérito indiscutível: o de sinalizar rumo e perspectiva.
Uma das grandes contribuições do movimento ambientalista é lembrar que as gerações futuras têm o direito de dispor dos mesmos recursos naturais que nós. Por tabela, entendese que cada um de nós, indistintamente, deixará um legado para os outros que virão. É preciso ter consciência de como esse processo se resolve. Cada pequeno gesto, cada ação aparentemente insignificante, repercute de forma mensurável e significativa na economia da Terra.
Dispomos de conhecimento e tecnologia para desatar o nó que nos atrela ao velho paradigma e nos projeta na direção de um futuro sombrio. É preciso, porém, denunciar o esgotamento de um modelo suicida e sinalizar novos rumos para a sociedade, onde a sustentabilidade seja a premissa do desenvolvimento. A escola é o ponto de partida dessa viagem. Por isso, é urgente que incorpore desde já a variável ambiental, do contrário, será tarde demais. Aos professores, o prazer do desafio. Aos alunos, o sabor da descoberta. À escola, o resgate de um espaço onde a vida precisa ser compreendida na sua inteireza e complexidade.
Texto encomendado pelo ONG Leia Brasil para o Programa de Leitura Petrobras / Bacia de Campos que atende alunos e professores da rede pública de 13 municípios. fonte:www.mundosustentavel.com.br/jornalismo.asp