2 comentários:
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16 de agosto de 2010 às 11:40Este comentário foi removido por um administrador do blog.
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Fernão Lopes Ginez de Lara deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Recuperação Ambiental de Cubatão":
Poxa pessoal, "interior paulista" ? Dêem uma pesquisada mínima antes de copiar e colar textos produzidos por outras pessoas. Cubatão fica na Baixada Santista, no litoral. A condição geográfica do local é um elemento a mais para toda a problemática ambiental: trata-se de um vale no pé da Serra do Mar, em que a poluição fica presa e o ar não circula. A instalação de fábricas pesadas em cima do mangue demandou uma série de aterros de até 10m (veja a tese de mestrado de Amélia Luisa Damiani, USP), em que morros foram recortados para que o mangue fosse sufocado pela terraplanagem.
Outra questão problemática é que a contaminação não deixou Cubatão: o solo e a água continuam contaminados. Os mangues foram aterrados - sim, numa ação praticamente irreversível - e a reprodução dos peixes nesse importante sistema estuarino ficou comprometida.
Penso que um discurso ambiental de fato radical teria que fazer a crítica também ao sistema de produção, que não se limitasse à instalação de filtros nas fábricas para que a fumaça saísse branca e não multicolorida. A indústria baseada em Cubatão (petroquímica e siderúrgica) impacta muito mais longe do que somente na cidade; vale pensar na exploração do ferro (vide entorno de Belo Horizonte, MG), petróleo e indústria de fertilizantes. Em poucas linhas:
1) Siderurgia: depende da extração de ferro e outros elementos para fazer a liga, além do carvão (ou madeira) para aquecer os altos-fornos. Além da poluição gerada pelo seu aquecimento, temos que lembrar do trasporte que é feito por caminhões ou trens movidos a diesel (ou energia elétrica, redundando na "energia limpa" das avassaladoras hidroelétricas).
2) Petróleo: a) contaminação na extração (basta lembrar todos os acidentes, quase anuais, com petroleiros e plataformas de exploração); b) no refino (na queima do gás, na produção de óleos pesados e no seu depósito nos terrenos próximos; c) no consumo por automóveis em cidades por todo o mundo. Só eses exemplos para encurtar.
3) Fertilizantes: sua produção é extremamente poluente (basta lembrar que a fábrica da Rhodia foi removida de Cubatão); a mineração para extração dos fosfatos e potássios também contamina a água e destrói montanhas inteiras; além disso, o consumo de fertilizantes, na monocultura do agronegócio, diminui a capacidade de auto-regeneração dos solos ao acabar com a diversidade biológica do solo; ainda há a questão da contaminação dos aquíferos subterrâneos pelo seu uso.
Ou seja: cuidado com o discurso ambiental, já que na maior parte das vezes ele está jogando justamente a favor dos maiores poluidores e destruidores da terra. Não vou nem lembrar dos danos conjugados da poluição com a exploração do trabalho em seu caráter flutuante e instável; para isso, consultem a tese já citada, que deixo referência para quem quiser:
DAMIANI, Amélia Luisa. "Na busca das favelas o encontro do “peão” que permanece". Tese de mestrado, Geografia-USP, 1984.
Sem mais,
Fernão - mestrando em geografia humana-USP
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