Quando falamos e pensamos sobre os problemas ambientais da atualidade, a primeira análise que devemos abordar é definirmos o que são “problemas ambientais”.
Temos então, por problemas ambientais todo resultado maléfico, negativo causado a um determinado meio, provocando o desequilíbrio nas condições de vida dos seres vivos. Essa é uma definição bem simplista, mas importante para delimitarmos nossa abordagem.
Sendo assim, se faz necessário nos socorrermos de fazer uma rápida abordagem histórica e evolutiva da principal espécie dominante desses seres vivos (o homem), para podermos compreender a origem, as causas desses problemas ambientais.
O homem sempre se colocou no papel central desde o surgimento dos primeiros hominídeos na Terra, a mais ou menos sete milhões de anos. Na medida em que o homem se desenvolveu adotou o pensamento antropocentrista (terminologia de origem grega anthropos= humano e kentron=centro), que é uma concepção que considera que a humanidade deve permanexer no centro do entendimento dos humanos, isto é, que o universo deve ser avaliado de acordo com sua relação com o homem. Não seria incorreto pensarmos na idéia do “homem no centro das atenções e cujo redor gravitam os demais seres, em papel meramente subalterno e condicionado.
Nesta linha de raciocínio podemos relacionar ao antropocentrismo que a natureza deveria ser subordinada aos seres humanos apenas para servi-lo, ou seja, já ssociar o homem à degradação ambiental.
Um pouco mais adiante, na transição feudal-capitalista, podemos observar que o homem adota um comportamento mais questionador, mais crítico, que externa seu pensamento, que problematiza a realidade. Isso significa que o homem passa a ampliar o seu domínio sobre o meio em que vive, principalmente no tange a valorização de questões ligadas à matéria, levando o homem a um novo estágio, culminando no pensamento econômico.
O homem como agente transformador
Então, surge a idéia, o modelo do homem causador dos problemas ambientais, mais propriamente o causador da degradação ambiental. Adotando esse comportamento, de caráter modificador do meio, vemos que o homem iniciou a era das grandes transformações a partir do momento que reúne-se em sociedade.
Isso significa que o homem adota uma postura de fixação, abandonando o nomadismo e adotando o sedentarismo como meio de subsistência, concentrando num só local suas atividades do cotidiano.
Os indícios da história humana relatam que o homem era extremamente ligado à terra por uma questão meramente religiosa, sem a idéia de aldeias e povoados sepultando seus antepassados em determinados locais, retornando posteriormente para cultuá-los. Traziam alimentos e oferendas para a prática de rituais religiosos, surgindo aí os primeiro problemas ambientais com o transporte e disposição de resíduos. Claro e evidentemente, em pequenas proporções.
Consequentemente, a terra foi ganhando status de “local sagrado”, o que motivou com o passar do tempo apego ao local para fins de fixação definitiva. Esse rompimento do nomadismo inicia um grande processo de mudança comportamental, porque é nesse local que o homem passa a desenvolver as atividades de subsistência para sua família, através de pequenas atividades agrícola e domesticação de pequenos animais.
Com o aperfeiçoamento dessas atividades o homem vai se agrupando, criando novas relações, mantendo sempre suas tradições e esse agrupando vai ganhando corpo, vai ganhando volume e se transformando em aldeias e povoados.
Ganha com isso, um nova atividade que caracteriza essa época de relações sociais, com a prática do “escambo”, ou seja, a simples troca de mercadorias, animais e artefatos diversos. Observa-se que a relações com o meio em que vive se ampliam em decorrências das primeiras práticas econômicas, vindo a gerar os novos problemas ambientais, como extração de recursos naturais, geração de resíduos e poluição decorrentes desse agrupamento ou reunião de pessoas em aldeias e povoados. Esses novos problemas surgem a partir do momento em que o homem vai dominando a cultura e aperfeiçoando suas habilidades.
Com o passar do tempo, as aldeias e povoados vão se desenvolvendo, ganhando status de “urbes”, que era a denominação das cidades antigas. Aqui, as relações de trabalho já se tornam acentuadas, já há a necessidade de aumentar a utilização da mão-de-obra para diversos fins, principalmente para os rudimentares sistemas de produção, agricultura, paralelamente em que vai se formando o Estado Medieval.
Mas para que uma aldeia ou povoado se tornar uma “urbe”, não era imprescindível um simples aumento de sua população. Para se tornar uma “urbe” era necessário mais que isso. Havia a necessidade de se lançar desafios, além de suas práticas e capacidade de subsistência. Seria necessário algo que pudesse desencadear uma mudança comportamental, ou seja, reunir três elementos essenciais: gente, tarefas e produtos.
A partir de então, iniciou-se um novo estilo de vida à época e, na mesma proporção, acentuando a degradação do meio ambiente, sendo essa mudança comportamental a “mola propulsora” desse processo.
Mais adiante, vemos as cidades como elas são hoje, ganhando uma face mais organizada política e economicamente, com regramentos (normas e leis), explosão demográfica, alta produção industrial, grande consumo e demanda por bens e serviços para suprir as novas necessidades da sociedade moderna, geração de resíduos em escalas globais participação da população, porém já sentindo os reflexos maléficos e negativos dos problemas ambientais contemporâneos adquiridos ao longo dessa sua “evolução”, juntamente com a deterioração da qualidade de vida de seus habitantes.
Podemos notar o estilo de vida da sociedade moderna pela interpretação da tríade, composta e influenciada pelos fatores social, econômico e ambiental.
A Revolução Industrial, que marcou a passagem do século XVIII, refletiu intensamente para a causa dos problemas ambientais. Iniciou-se através do pensamento capitalista, pela produção e consumo, marcada pela mecanização da produção em larga escala, pela substituição da força animal pelo advento da tecnologia.
Nessa época o êxodo da população rural em direção às cidades foi intenso. Pessoas buscavam oportunidades de trabalho e melhores condições de vida, provocando como conseqüência o adensamento populacional das cidades. Hoje 80% da população do planeta vive nas cidades , com previsão de que esse índice suba para 90% no meio desse século.
Esse grande concentração populacional nas cidades marcou também um grande avanço social, como por exemplo com o aumento das expectativas de vida, mas as custas de grande degradação ambiental, fato este hoje em dia, fator de diminuição da qualidade de vida.
Assim, o homem adquiriu status de “agente transformador. Mas transformador de que? Que transformação seria essa? Transformador não apenas da matéria-prima em produtos, mas agente transformador da paisagem, transformador do clima, transformador do relevo e transformador de sua própria dignidade.
Não podemos creditar as conseqüências da degradação ambiental aos primeiros hominídeos, nem aos nossos antepassados que cultuavam as sepulturas mantendo sua cultura religiosa, nem à Revolução Industrial apenas. Certamente, a maior contribuição está centrado na figura do homem moderno pela simples falta de agir, de refletir, de interpretar e de planejar.
Credita-se ao homem moderno sua inércia em promover um grande e intenso movimento de educação ambiental, capaz de sensibilizar pessoas, empresas e governos em adotar um novo comportamento sobre seu papel na civilização, de rediscutir novos hábitos, novas atitudes e um novo estilo. E quando falamos em educação ambiental, não falo naquela educação ambiental praticada apenas dentro das instituições, aliás, primordial. Refiro-me também àquela educação ambiental disseminada em todos os meios, nas indústrias, no comércio, nas cidades e no seio familiar, aquela educação ambiental que a sociedade compreenda o que tem que fazer, como fazer e porque fazer.
Faz-se necessário incentivar as empresas na adoção de boas práticas socioambientais, no apoio e no amparo na implantação de sistemas de gestão ambiental, na colaboração mútua, na gestão compartilhada dos recursos naturais que tanto necessitamos para a nossa e para as futuras gerações, bem como dos problemas ambientais que assustam toda a humanidade. Gestão ambiental esta, não apenas aquela oriunda de normas e legislações, mas aquela gestão ambiental voluntária, acessíveis, aquela que o empresário não deseja implantar apenas como marketing ambiental e sim, aquela que tenha o poder de alcançar e beneficiar toda a sociedade
É preciso que o Estado Moderno através de seus administradores públicos, no seu papel, gestor-indutor, crie uma aliança global para minimizar os efeitos nefastos das ações antrópicas, em uma corrente única e sólida em busca de uma ecocidadania planetária.
Escrito por Julio Cesar Zanzini de Siqueira, especialista em Educação Ambiental (UnG) e especialista em Gestão Ambiental (UNIP). É consultor de empresas na área ambiental e Docente no curso de graduação de Engenharia Ambiental da Faculdade Oswaldo Cruz e da Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Ambiental da Universidade Guarulhos.
oiiiiiiiii ta muito confuso sera q nao da para resumir e colocar conclusao??????????????obrigado