Painéis solares da MPX Tauá/Foto: Governo do Ceará
O Brasil se prepara para iniciar a produção da primeira usina solar comercial do país. Localizada em Inhamuns, a 350 km do Ceará, a usina solar MPX Tauá, do grupo mexicano de Eike Batista, a EBX, recebeu nos últimos dias, os equipamentos meteorológicos necessários para a instalação do sistema que vai ajudar no desempenho das células fotovoltaicas.
Segundo informações do grupo mexicano, a usina solar já estará produzindo energia em março deste ano. Essa previsão existe porque os 4.680 painéis fotovoltaicos da empresa japonesa Kyocera já chegaram em janeiro e a instalação da estação meteorológica, responsabilidade das empresas espanholas Conectavol e Ingeteam, também já começou.
O projeto do empresário Eike Batista é aumentar a capacidade de produção da usina, com construção 70% concluída, de um megawatt hora para 50MW em dois anos. Por isso, a empresa EBX obedeceu a todas as ordens de padronização da Organização Metereológica Mundial (OMM) para a instalação da estação.
Para o grupo, esta é uma questão fundamental para a futura expansão da produção da área do local, que é de 12 mil metros quadrados.
A estação meteorológica que está sendo construída será importante na captação das informações climáticas do local, radiação solar e temperatura ambiente, ajudando no desempenho dos painéis fotovoltaicos, que transformarão a luz do sol em energia elétrica.
O Projeto
O empresário Eike Batista, em setembro de 2010, anunciou a construção da primeira usina solar do Brasil. O projeto, ainda segundo o empresário na ocasião, teria 10 milhões de reais em investimentos do governo cearence e poderia abastecer 1.500 residências somente com a capacidade inicial de 1MW.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente já autorizaram a instalação de 5 MW para este ano.
O projeto do grupo EBX teve, desde o início, algumas críticas de autoridades, que apontavam o alto custo da usina de Tauá como principal empecilho para construção. A iniciativa, que deve abrir precedentes no país, é a primeira oportunidade para o Brasil mostrar o verdadeiro potencial solar da nação, que só tem uma pequena usina em Araras, Rondônia, com capacidade de apenas 0, 02 MW.
Custos e potencial
A produção de energia solar atualmente é seis vezes mais cara do que a geração hidrelétrica e quatro vezes mais cara do que a energia eólica, outra fonte limpa e renovável. Em números precisos, a energia solar custa por megawatt-hora, entre 500 e 600 reais, e a energia dos ventos fica apenas entre 150 a 200 reais.
Dessa forma, a incerteza do Brasil em investir em energia solar fica evidente, mesmo a nação sendo a segunda maior do planeta em incidência solar.
Outros países, como Alemanha e Espanha, tem uma produção muito maior do que a brasileira, com capacidade instalada superior a 2.000 MW. “Estamos 20 anos atrasados na energia solar”, sentenciou Ruberval Baldini, presidente da Abeama (Associação Brasileira de Energias Renováveis e Meio Ambiente).
Porém, para Marcus Temke, diretor de operações e implantação da MPX, existe um caminho viável para a produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos no Brasil: “Mas precisamos ter escala. No mundo, a tecnologia solar vem avançando muito, com incentivos e pesquisa”, sugeriu Temke.
(EcoD)
Fonte:
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