"O inferno são os outros !...
E, por conta disso, jamais podemos
nos esquecermos que, inevitavelmente, somos
"o outro" de alguém...".
(Jean Paul Sartre)
As perguntas mais freqüentes, no ambiente de trabalho, geralmente são: "Quem é o culpado?", "Quem fez isso?", "Quem foi?", etc.
Por conseguinte, as respostas aparecem: "Não fui eu", "Não tenho culpa", "Não sei de nada", "Eu nem estava aqui", e assim por diante.
Basta surgir um problema qualquer, ou alguma coisa dar errado e lá vem a pergunta, seguida da esperada resposta.
E não é raro que os acusadores de plantão estejam alertas para denunciar: "isso é coisa de fulano", "Beltrano é que costuma fazer isso", "Não disse que não ia dar certo?", "Eu bem sabia que isso iria acontecer..."
E assim passamos os dias, os meses, os anos... Sempre à procura de culpas e de culpados...
No entanto, dizem a razão e o bom senso, que melhor seria encontrar a solução do problema e depois buscar as causas, sempre com intuito de evitar que ocorra novamente.
Uma equipe que agisse dessa maneira, desarmada e comprometida com a tarefa, faria o trabalho fluir de forma harmônica e séria, em vez de emperrar, volta e meia, para uma "caçada às bruxas".
Numa equipe que pensa mais em buscar culpados do que encontrar soluções, a criatividade é quase nula, e as pessoas não ousam sair dos limites que lhes foram traçados, para não correr riscos.
O colaborador que trabalha com confiança na sua equipe, certo de que quando errar terá o apoio dos demais para encontrar o caminho certo, será uma pessoa inovadora, criativa, desarmada e sincera.
Já num ambiente em que a todo momento se corre o risco de ser denunciado, punido, agredido com palavras e gestos, as pessoas ficam cada vez mais inseguras, temerosas, e o ambiente se torna falso, irrespirável.
Quando a equipe é madura e seus membros são responsáveis, discutem-se problemas e soluções com tranqüilidade, sem melindres, sem acusações de cunho pessoal, mas com uma análise sincera do desempenho dos tarefeiros e da tarefa.
O que geralmente ocorre é que as pessoas acusam-se reciprocamente em vez de avaliar a atividade e envidar esforços para fazer o melhor.
Existem, também, as pessoas imaturas, que levam tudo para o campo pessoal e melindram-se quando ouvem críticas ao seu trabalho.
É importante considerar tudo isso e começar a agir com maturidade em prol da atividade, e para o bem de todos.
Trabalhar numa equipe madura e consciente da importância de cada um de seus membros, é o grande diferencial para se conseguir o bom desempenho de todos e a excelência do trabalho.
Em vez de acusadores, parceiros.
Em vez de desleixo, descuido, temor, colaboração.
Pense nisso!
O ser humano é naturalmente experimentador, inovador, ousado.
Quando reprimido, torna-se falso, dissimulado, propenso a sabotar o trabalho dos outros.
Quando ouvido, valorizado, considerado, orientado, liberta sua criatividade e produz coisas belas e nobres.
Pense nisso e aja de forma madura com seus pares. Você cresce e os outros também.
Afinal, a vida na terra é um aprendizado constante. E só cresce quem tem humildade para aprender, discernimento para ensinar e, sobretudo, coragem de renovar atitudes para melhor.