Boa parte das organizações em nosso país entende este jargão como redução de mão-de-obra. Simples falta de criatividade e de poder de inovação dos gestores que vão na contra-mão da lei de Packard (David Packar, co-fundador da HP).
“Nenhuma empresa pode se tornar grande e fazer com que suas receitas cresçam constantemente mais rápido do que sua capacidade de obter pessoas certas suficientes para executar este crescimento. Se uma empresa cresce suas receitas mais rápido do que sua capacidade de obter as pessoas certas para sustentar este crescimento, ela não ficará estagnada, irá à falência.”
Quanto menos pessoas tivermos nas organizações, mais dependeremos de negócios terceirizados que não estão comprometidos em trazer inovações para a organização. Pode-se até manter uma pessoa para ter idéias criativas e inovadoras, mas quanto maior a quantidade de pessoas, muito mais idéias criativas e inovadoras pode se ter. Inovação depende de fricção e uma pessoa sozinha não cria atrito. Sem atrito criativo não existe inovação.
É nítido. Presenciei várias empresas que sempre estão cortando pessoal, fazendo com quem fique tenha que fazer mais trabalho, em menos tempo. É o mais com menos imposto. Muitas destas empresas, colocadas sob uma análise de inovação ou criatividade, constata-se que pouco foi feito e sabem por quê?
Por que não sobra mais tempo para as pessoas serem criativas e inovadoras. Todas passam para o operacional. Meros apertadores de parafusos.
Comum é encontrar diretores e gerentes envolvidos no operacional, o tal do Hands On. Isso só quer dizer uma coisa. A empresa está tão enxuta que você com cargo de gestão terá que fazer atividades operacionais e não exclusivamente de gestão. Um gestor deveria ter seu tempo diluído em 80% em atividades de gestão e 20% destinados para atividades de criatividade e inovação. É o tal dos 20% pagos para o gestor não fazer nada segundo o pessoal lá do chão de fábrica. Nada?
É exatamente nestes 20% que saem as idéias responsáveis por 80% dos negócios, dos resultados, de novos produtos e novos serviços. Alguém se lembra de Pareto?
Mas o que vemos realmente por aí são gestores com 70% a 80% no operacional e o restante nas atividades de gestão. Poucos são os que ainda conseguem ser criativos e inovadores dentro da organização.
Outro fato comum é ver as organizações que ao terem uma idéia criativa, criam um novo departamento e não contratam ninguém. Apenas realocam pessoas de outros setores, formando assim o novo departamento e desmontando um par de outros. Cria-se um Frankstein e comprometem a operação de outros departamentos. Logicamente os departamentos desfalcados são cobrados pelos mesmos resultados de antes.
Para crescer deve existir uma base sólida e quanto mais se cresce, mais esta base deve ser expandida. Não dá para montar uma pirâmide em cima de outra sem conseqüências sérias para as duas estruturas.
Para ser inovador, deve ser arrojado e aceitar riscos. Para montar um novo negócio é necessário contratar as pessoas certas e esperar os resultados. Se não deu certo é prejuízo, mas é o risco do negócio. Tirar pessoas de vários departamentos para montar um novo coloca em risco a operação inteira. É triste saber que ainda teremos muitas empresas indo para o buraco por gestão de pessoas cegas, inexperientes e tolas.
Cabe a nós alertar, cabe ao gestor entender.
Grande Abraço,
Eduardo Slepetys
Fonte:http://in1shoot.com/wp/