Cerca de 35 mil árvores nativa na região Norte de Mato Grosso foram arrancadas em cinco área para o plantio de lavoura, de maneira ilegal e criminosa. Na ação, foram utilizados dois tratores potentes e uso de correntes enormes, o chamado “correntão”, para promover a devastação. O flagrante foi feito pela equipe de fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis da Amazônia (Ibama) no município de Nova Ubiratã. A área desmatada não dispunha de autorização ambiental.
A técnica do “correntão” é usada para abertura de novas áreas nativas com rapidez, de forma a tentar fugir da fiscalização do Ibama. Dois tratores andam lado a lado com o correntão esticado entre as arvores. Eles arrastam tudo que está em pé. Conforme os tratores avançam, a corrente esticada vai arrastando a vegetação. A copa das árvores vai ao chão e as raízes brotam da terra. A cena é grotesca.
"Nós estamos abrindo essa estrada aqui para uma rede de energia” – disse um dos homens que estavam na área devastada, tentando justificar a ocorrência. Em vão! Agentes do Ibama, mostraram que ali não havia outra coisa a não ser desmatamento ilegal.
O agricultor Clóvis Cedenesi disse ter arrendado a propriedade de um fazendeiro que mora no Paraná. “Isso aqui vai virar lavoura. Eu aluguei a área do jeito que ela está. Ele tinha que me dar a área queimada, a área pronta” – conta. Pelo corte ilegal, a multa será de R$ 9 milhões. “Não existia qualquer autorização de desmatamento. Não foi respeitado nada”, declarou um agente.
A operação do Ibama no norte de Mato Grosso foi mostrada no sábado, dia 9, durante o Jornal Nacional, da TV Globo. Antes de descobrir os “correntões”, a fiscalização flagrou um trator em fuga depois de carregar três caminhões com toras de árvores cortadas sem licença. Os veículos já estavam na estrada que dá acesso às madeireiras, quando tiveram a passagem bloqueada pelo helicóptero do Ibama. Enquanto o piloto procurava um lugar seguro para pouso, os infratores fugiram.
Dados do desmatamento nos meses de janeiro e fevereiro de 2011, monitorados pelo sistema Monitoramento de Desmatamento em Tempo Real indicaram que em Mato Grosso foram desflorestados 14,4 quilômetros quadrados. Esse número, porém, pode ter sido muito maior. O boletim divulgado pelo sobre o índeice de desmatamento no Estado aponta que, em janeiro de 2011, foi possível monitorar apenas 15% da região e, em fevereiro, apenas 7% por conta das condições climáticas e muitas nuvens.
O Departamento de Geotecnologias do Instituto Centro de Vida (ICV) identificou os pontos centrais do desmatamento em Mato Grosso no período, concentrados em três municípios: Nova Ubiratã, com dois pontos, registrou 10 quilômetros quadrados de desmatamento, seguido por Itanhangá, com 4 quilômetros quadrados e Bom Jesus do Araguaia com 0,4 quilômetros quadrados de corte raso da floresta.
Fonte: Redação - MT Notícias com 24 Horas News