Gravidez e escola: um novo desafio a ser vivido

Camile Gasparini





A gravidez na adolescência continua sendo um fato importante para a sociedade atual. Trata-se de um tema presente há muitos anos nos meios de comunicação, na roda de amigos, nas discussões entre os jovens, nas escolas enquanto estudo e pesquisa, e ainda, em várias famílias. Assim, pretende-se abordar de forma prática e objetiva o assunto como responsabilidade social.

A reflexão que se faz hoje envolve aspectos relacionados ao meio educacional. Gravidez e escola não costumam vir acompanhadas e vividas pelas mães-adolescentes. Isso porque grande parte da população grávida e em escolaridade, não apresenta o apoio pedagógico e familiar necessário. Logo, vamos partir do princípio da informação.


A sexualidade está presente nas crianças desde os seus primeiros anos de vida. Descobrir-se, entender seu corpo, construir uma identidade, valorizar-se como pessoa e gostar de si mesmo. Todos esses conhecimentos e habilidades trabalhados pela educação e família, e que diante de tanta repercussão e preocupação, continuam sendo alvo de jovens despreparados, desinformados e inseguros diante de sua maturidade sexual e futuro.
Nesse sentido, enquanto educadores, faz-se necessário estimular e incentivar o planejamento para uma gravidez desejada, relações sexuais seguras e ainda, refletir sobre os desejos em realizar outros sonhos além da maternidade e da paternidade.
Por ser uma fase conturbada, repleta de dúvidas, descobertas, anseios e questionamentos, o jovem se apóia nas referências que possui. Seja a família, amigos mais velhos, com mais experiências, e também a escola.
A gravidez precoce traz consigo diversos fatores que influenciam o âmbito escolar. Jovens de famílias desestruturadas, jovens de famílias estruturadas e com pouco diálogo, que não sabem lidar com seus sentimentos, distâncias entre o aluno e o professor nas dúvidas sobre sexualidade, o medo de se sentir sozinho, a falta de orientação, a presença da mídia que estimula o ato por prazer, os valores morais de uma sociedade em constante mudança. Enfim, questões que nos levam a compreender a urgente necessidade da discussão entre gravidez e escola.

A função social de pais e educadores consiste em alertar a relevância do estudo para a vida do adolescente, o tempo de projetos, de namoro, de trabalho, e de construir uma família, se assim ele quiser.

Para tanto se revela imprescindível a conversa, unificar a responsabilidade dos jovens, manter a franqueza entre pais e filhos, e preparar junto com a escola, o entendimento sobre a vida sexual e o compromisso com as escolhas.
E mesmo diante de informação, a realidade de muitos lugares ainda mostra que esse trabalho contínuo e em grupo, não é suficiente ou não cumpre seu papel como deveria. Porém, a estudante grávida precisa ter claro, seus direitos durante a gravidez e a amamentação.

De acordo com a Lei 6.202 DE 17 DE ABRIL DE 1975, toda gestante a partir do oitavo mês de gravidez e até o terceiro mês após o parto, deve ser assistida domiciliarmente pela escola. Podendo esse período ser antecipado ou prorrogado dependendo do caso, sem prejuízo de seus estudos.
Portanto, vale aqui mencionar que essa tarefa de prevenir, instruir, ouvir e compreender a relação a dois e a gravidez, pertence a diferentes sujeitos da sociedade. A escola por si só não dará conta da demanda, assim como os pais nem sempre saberão a melhor maneira de conversar com seus filhos. Logo, a sugestão que temos é sempre dialogar com simplicidade, com confiança e sem precipitações ou julgamentos. Cabendo ao jovem também a incumbência de enquanto indivíduo e cidadão, optar pelo o que for coerente com seus sonhos e ter consciência de suas ações.
Dessa maneira caro leitor, se você se interessou pelo tema e gostaria de expor sua opinião ou dúvida, entre em contato conosco.
Obrigada,

Camile Gasparini
Acadêmica do curso de Pedagogia- LP da UPF

Referência:
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128436/lei-6202-75


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