Edição do dia 18/06/2011
Os pesquisadores resgataram tartarugas de três espécies: de pente, verde e cabeçuda. Todas estão em perigo de extinção.
No Rio Grande do Sul, biólogos, veterinários e médicos de várias especialidades se uniram para salvar tartarugas.
A mesa de operações é improvisada no Museu Oceanográfico de Rio Grande, no sul gaúcho. A paciente, uma tartaruga que teve partes do casco arrancadas pela hélice de um barco. Ortopedistas trabalham ao lado de veterinários. A mesma resina usada em próteses humanas recupera a proteção do animal.
“No dia seguinte ela já pode voltar para o mar, porque o material endurece rapidamente e permite uma aderência perfeita em poucos minutos”, explica o ortopedista Flávio Hanciau.
A tartaruga de 54 quilos foi atingida pelo barco porque não conseguia mergulhar. Ela comeu o lixo que fica boiando nos mares. No estômago, a sujeira provoca gases que se tornam uma armadilha para o animal.
“Isso impede as tartarugas de afundarem. Nós precisamos ter certeza que elas conseguem afundar quando elas precisam buscar alimentos”, afirma Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico de Rio Grande.
Mais de 30 tartarugas chegaram ao hospital do museu só nos últimos 15 dias. Cinco morreram. Os pesquisadores resgataram tartarugas de três espécies: de pente, verde e cabeçuda. Todas estão em perigo de extinção. E dentro delas, foi retirado plástico de todo tipo.
As tartarugas são tratadas para expelir o lixo. Os tanques têm água aquecida para ajudar a desobstruir o intestino. Através da sonda, recebem soro e vitaminas. Pinguins e até lobos marinhos também são vítimas da sujeira lançada no oceano.
A recuperação demora cerca de dois meses. Um dia depois da operação, a tartaruga de casco restaurado foi devolvida ao mar, junto com outros pacientes curados no hospital veterinário.