Saneamento básico. Está no nome: é
básico. Mas para muitas das maiores cidades do Brasil esse serviço público não
é prioridade. Você vai conhecer o ranking da coleta e do tratamento de esgoto
dessas cidades.
Tem até capital com índice de
saneamento zero. É o que acontece, por exemplo, na capital de Rondônia. Um
problema grave que se repete também em cidades muito populosas das maiores
regiões metropolitanas do país. O estudo, feito desde 2007 em municípios com
mais de 300 mil habitantes, aponta as deficiências.
Em 2009, as 81 maiores cidades do
país despejaram a cada dia 5 bilhões de litros de esgoto sem tratamento no meio
ambiente. “Dois terços de todo o esgoto gerado no Brasil não são tratados e
isto, com certeza, está em todos os nossos córregos e rios, poluindo o meio
ambiente e trazendo graves consequências à saúde”, explicou a engenheira
sanitarista Aline Mantuja.
Entre as melhores cidades do país
em saneamento estão: Santos, em primeiro lugar, seguido de Uberlândia, Franca,
Jundiaí, Curitiba, Ribeirão Preto, Maringá, Sorocaba, Niterói e Londrina. A
classificação mostra também as dez piores: Canoas, Jaboatão dos Guararapes,
Macapá, Ananindeua, Nova Iguaçu, Belém, São João de Meriti, Belfort Roxo, Duque
de Caxias e, em último lugar, a capital de Rondônia, Porto Velho.
A cidade do Rio de Janeiro está
bem melhor que a cidade de São Paulo. O Rio tem 75% de saneamento, enquanto São
Paulo, 57% de saneamento. Mas as regiões metropolitanas tanto do Rio, quanto de
São Paulo são bem ruins. São João de Meriti e Duque de Caxias têm zero de
saneamento, Nova Iguaçu tem apenas 1%.
Em São Paulo, Mauá tem 1%,
Itaquaquecetuba tem 4% e Diadema, 10%. O Rio Tietê continua a ser um dos rios
mais poluídos do mundo. Os municípios vizinhos a São Paulo sempre despejaram o
esgoto in natura, direto no Rio Tietê ou nos seus afluentes.
Se há um serviço que não
discrimina pobres e ricos é o tratamento do esgoto. Seja na favela ou onde
ficam alguns dos condomínios mais caros de São Paulo, o que falta é a mesma
coisa: o tratamento do esgoto.
O problema é dinheiro? Não. Só
está melhorando muito lentamente. O Insitituto Trata Brasil reconhece o avanço
que estamos fazendo em direção à universalização mas ainda em ritmo muito
lento. “É preciso acelerar, selecionando gargalos comuns como, por exemplo, a
questão de habitação com a questão de saneamento, onde as empresas de
saneamento não podem oferecer o serviço. Falta de projetos e, principalmente,
falta de planejamento municipal”, explicou.
Na manhã desta terça-feira (28), a
equipe do Bom dia Brasil sobrevoou o Rio Tietê, na altura da cidade de
Guarulhos. Neste trecho, o Tietê recebe esgoto de cerca de um milhão de
moradores e um equipamento, que mede a oxigenação da água, registrou péssimos
índices de oxigênio.
A cidade de Guarulhos tem
tratamento zero e a primeira estação de tratamento foi inaugurada em 2010 e a
prefeitura promete a inauguração da segunda estação para os próximos dias. As
duas estações juntas devem que tratar 35% de esgoto coletado na região.
De acordo com o Instituto
Trata Brasil, o Brasil investe apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em
saneamento. Seria necessário três vezes mais investimentos. Segundo os médicos,
88% dos casos de diarreia são decorrentes da falta de saneamento básico. (Fonte: Globo.com)
Fonte:http://noticias.ambientebrasil.com.br