Letícia Freire, do Mercado Ético
Rio de Janeiro – Como buscar um começo para essa história chamada Rio+20?
Talvez, como sugere Brice Lalonde, diretor executivo da ONU para a
Rio+20, a resposta esteja em 1969, quando o homem pela primeira vez em sua
história pôde observar a Terra do espaço.
“Olhar para o Platerra Terra, tão frágil, tão belo, tão nosso, mudou nossa
postura em relação ao mundo. Ou não?”, questionou ele a plateia durante o
segundo dia do 4° Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável,
que acontece até o dia 29, no Rio de Janeiro.
Antonio Herman Benjamin, ministro do STJ, e Brice Lalonde – Foto: Ismar
Ingber
Para Lalonde, contudo, embora haja uma linha cronológica que nos conduza
de 1972, com a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em
Estocolmo, à Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), a questão principal não é onde ela começa em si, mas como terminará.
“Precisamos nos esforçar para trabalhar coletivamente um resultado
positivo”. Mas ele mesmo concorda que o desafio é enorme. “Dar voz global a
essa questão é um processo difícil”.
Mas se a história tem um começo, se já foram feitas outras conferências
da ONU para debater o aquecimento global, a desertificação, a destruição da
camda de ozônio entre outras questões, como usar o conhecimento que já temos
para assegurar o sucesso da Rio+20?
Para o ministro de Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Benjamim,
as conquistas já realizadas em prol da justiça social e ambiental devem ser
preservadas, evitando retrocessos legais. “Frente a uma nova ordem mundial
temos que apoiar o princípio do não-retrocesso jurídico. Temos que preservar as
leis e normas que beneficiam a sociedade e mantêm o equilíbrio ambiental. Não
podemos andar para trás”.
Já Brice Lalonde, diretor executivo da ONU para a Rio+20, concordou com
Benjamim e complementou que a Rio+20 é uma oportunidade única para colocar em
prática todas as questões debatidas ao longo da história das conferência da
ONU. “Temos uma lista de 92 princípios estipulados ao longo desses 20 anos de
debate. Agora é colocá-la em prática. Não há tempo a perder”, afirmou.
Participação de todos
Se encontrar um consenso global frente a tantos dilemas já é uma tarefa
difícil, ela pode ficar impossível se todos os atores da sociedade civil não se
engajarem no processo. A opinião é de Henrique B. Cavalcante, presidente da
Fundação Pró-Natura. Cavalcante relembra ainda que a época em que vivemos é
beneficiada pelas redes sociais. “É preciso usar essa voz para falar e convovar
a todos”, conclui.
Fonte: www.mercadoetico.com.br
Fonte: www.mercadoetico.com.br