Da Redação em 25 outubro, 2011
A Corregedoria Geral da Administração do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio do Setorial do Meio Ambiente, divulgou, nesta segunda-feira (24/10), a prisão de três homens envolvidos em casos de estelionato, extorsão e formação de quadrilha, que estavam agindo há pelo menos 40 dias, nas imediações do Shopping Center Norte, na Capital, fazendo-se passar por agentes da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e também vendendo falsos serviços de remediação de áreas contaminadas, entre outros crimes.
Segundo o delegado de polícia e corregedor João Batista Beolchi, da área de inteligência do Setorial do Meio Ambiente, que é um núcleo da Corregedoria Geral da Administração instalado na sede da Secretaria do Meio Ambiente e da CETESB, as três pessoas presas não têm qualquer vínculo com a CETESB e fazem parte de uma quadrilha formada por sete ou oito homens, que estavam divididos em duas frentes de atuação.
Um grupo visitava comerciantes e empresários nas imediações do Center Norte, vestindo-se como funcionários da CETESB e usando um veículo Kombi e documentos falsos com logomarca e telefone da agência ambiental, os notificavam da “grande concentração de gás metano no subsolo e o sério risco de explosão em toda área próxima ao centro comercial”, alertando-os para a necessidade da “instalação de poços de monitoramento ambiental, bem como válvulas de liberação de gás”.
Na notificação, sempre em nome da CETESB, solicitavam que apresentassem, em determinado prazo máximo (estipulado em torno de 15 dias), os respectivos laudos ambientais. Chegavam, inclusive, a definir quantos pontos de monitoramento deveriam ser implantados.
Dentro do prazo estipulado pelos falsos técnicos, outro grupo integrante da quadrilha, dizendo-se representantes da Rasperfure do Brasil, uma suposta empresa especializada em sondagens e monitoramento ambiental, abordava os empresários e oferecia os serviços e laudos solicitados na notificação falsa. Em alguns casos, os criminosos teriam chegado a extorquir na hora da visita, como forma de suborno para resolver o problema.
De acordo com Beolchi e o delegado Olavo Reino Francisco, coordenador do Setorial do Meio Ambiente, várias pessoas foram enganadas pela quadrilha de falsos fiscais e consultores ambientais, chegando a pagar taxa mensal aos estelionatários estipulada entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, pelos “serviços ambientais” oferecidos. Em alguns casos, a extorsão chegou a até R$ 60 mil. Segundo os corregedores, as investigações se iniciaram há cerca de 40 dias, quando a CETESB começou a receber reclamações e denúncias dos comerciantes e empresários visitados. Há indícios, segundo Beolchi, de que o grupo vem cometendo ações semelhantes na região dos municípios de Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes e Suzano há pelo menos dois anos. Com informações da CETESB.