Curitiba é conhecida internacionalmente por sua qualidade de vida, suas inovações no sistema de transporte público e sua atenção com o meio ambiente. Possui um IDH de 0, 856 (elevado) segundo o PNUD. Entretanto tais qualidades mascaram uma dura realidade. Antagonicamente a educação ambiental de boa parte da população deixa muito a desejar. Vejamos. É público e notório a boa fase que tem vivido a construção civil, isto significa que a movimentação em torno do setor é intensa. A tecnologia permite que os materiais que saem das obras retornem em forma de outros materiais básicos, tais como: brita 1, rachão, pedrisco, pó de pedra e saibro, produtos estes originados da reciclagem do material que antes era descartado. Nada mais interessante pois evita-se a retirada de matéria prima da natureza. Assim ganha o meio ambiente, ganha o empresário que tem acesso a bons materiais básicos a um preço competitivo e ganha a população como um todo, pois o ciclo da reciclagem acontece ou......deveria acontecer. A realidade não é tão colorida, vamos entender o que acontece na vida prática. A locação de caçambas é imprescindível para que o setor se movimente, caçambas estas que deveriam ser utilizadas unicamente para a deposição de resíduos das construções civis, das reformas e demolições. É muito comum o cidadão locar uma caçamba e fazer dela um verdadeiro aterro sanitário. Todo tipo de material pode ser encontrado: restos de comida, sofá, colchão, roupas....lixo comum enfim. Não sabem estes incautos que lixo comum a Prefeitura recolhe, a custo zero. A cidade que aprendeu a separar o lixo do material reciclável, o famoso lixo que não é lixo, esquece isso quando se trata de caçambas de bota fora. Esta mistura inviabiliza a reciclagem, ou a encarece muito, pois exige separação manual que é custo, e custo elevado. O cidadão ao jogar lixo comum na caçamba, resolve de pronto o seu problema de resíduos indesejáveis, mas inviabiliza com a sua atitude mal educada, um ganho para toda a sociedade. É uma atitude infeliz que impacta de modo negativo no aspecto prático da vida, é pernicioso pelo mau exemplo que dá aos mais novos, e ainda alcança o futuro pelo mal que perpetua.
Por Odair Sanches
Colunista do Jornal Meio Ambiente