22 de abril
de 2012 • 15h29
Um grupo de ambientalistas promoveu
no fim da manhã deste domingo, no Rio de Janeiro, um ato simbólico para marcar
o Dia da Terra. Eles estenderam faixas e cartazes na areia da Praia de
Copacabana em protesto contra a proposta de alteração do Código Florestal
Brasileiro e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Organizada pelo Comitê Fluminense pelas Florestas,
com apoio do Grupo de Trabalho do Rio de Janeiro de Mobilização para a Cúpula
dos Povos (GT Rio) e da organização não governamental (ONG) Greenpeace, a
manifestação seria uma passeata pela orla de Copacabana. Mas, por causa da
chuva que atinge a capital fluminense, no entanto, o grupo decidiu transferir o
protesto para a área em frente ao Hotel Copacabana Palace e marcar um novo dia
para promover a Marcha pelo Meio Ambiente. A data da marcha ainda será
definida.
Para uma das organizadoras do movimento, Elzimar
Gomes da Silva, apesar de a chuva ter atrapalhado os planos iniciais do grupo,
o protesto foi importante para alertar os cidadãos sobre essas questões.
"Precisamos continuar a luta para mobilizar a população e mostrar que
queremos um Código Florestal melhor, que respeite o campo. As manobras
políticas e a maneira como o meio ambiente está sendo desconsiderado são
questões relevantes. Do jeito que está, o código autoriza a ocupação em
manguezal, em topo de morro e várias outras questões que são prejudiciais ao
meio ambiente", explicou.
A coordenadora do grupo de voluntários do
Greenpeace no Rio, Vânia Stolze, que também participou do protesto, criticou a
decisão do relator do novo Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), de
retirar do texto aprovado pelo Senado o Artigo 62, referente às áreas de
preservação permanente (APPs) às margens de rios, que, segundo o deputado,
trata-se de um assunto que deve ser abordado em outro momento, por meio de
projeto de lei ou medida provisória. "É escandaloso ter a margem dos rios
desprotegida. O Brasil precisa da sua água, toda a nossa geração de energia é
feita praticamente a partir de hidrelétricas. As alterações propostas no
relatório geram um retrocesso muito grande", opinou.
Vânia Stolze disse ainda que a construção da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte é "muito preocupante" pelo impacto
ambiental "sem medida" que gera. "A energia elétrica que será
gerada não vai favorecer o Sudeste, que é quem mais precisa no país, mas as
siderúrgicas que estão instaladas lá perto. Além disso, há questões como o
desvio do Rio Xingu e a retirada de um enorme volume de terra para a sua
construção, que vão gerar desmatamentos e outras consequências sobre as quais
nem temos noção".
Vânia lamentou ainda que o Brasil não tenha
resolvido essas questões antes da Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. "Os ambientalistas estão muito
desanimados porque, com a realização da conferência, o mundo todo vira os olhos
para cá. O País pode se desenvolver, mas sem agredir tanto o meio ambiente",
disse.
Também foram programados protestos em outras
cidades do País. Em Brasília, a organização não governamental ambientalista WWF
programou um voo do balão da ONG na Esplanada dos Ministérios, no coração da
capital do País. O balão é famoso por estampar um urso-panda, logomarca da WWF.
A esplanada concentra a programação do aniversário de 52 anos de Brasília.
Fonte : Terra