Representantes de movimentos sociais, ONGs, estudantes, cientistas e
personalidades aderiram à campanha #VetaTudoDilma, que visa alertar sobre o
perigo que a sociedade corre se a presidente Dilma Rousseff sancionar o projeto
do novo Código Florestal, mesmo que partes dele sejam vetadas.
“A mudança dessa lei vai afetar
a todos, independente de onde moram. É uma lei para o Brasil e não para
ambientalistas ou ruralistas”, destaca Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das
Águas da SOS Mata Atlântica.
A mobilização, que contou com a
presença do ator Victor Fasano e do deputado federal Ivan
Valente (PSOL-SP), foi organizada
pela Fundação SOS Mata Atlântica com apoio dos comitês em Defesa das Florestas
nacional e paulista, coalizões formadas por centenas de organizações da
sociedade civil brasileira.
Para o diretor de Políticas Públicas
da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a aprovação do
Código Florestal vai na contramão da
opinião pública. “Com a Avaaz (comunidade de
mobilização online), chegamos a 1,8 milhão de assinaturas contrárias a esta
aprovação. Portanto, a mobilização deste domingo não é geograficamente
localizada, é uma campanha nacional e internacional, uma atitude de cidadania.”
Mantovani ressalta que o montante de assinaturas ultrapassa o da Lei da Ficha
Limpa.
Para assinar a petição online que
pede o veto da presidente, basta clicar aqui.
O texto que destroça a legislação
ambiental brasileira passou pela aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado
sob forte influência da bancada ruralista, interessada no perdão de multas
milionárias, na desobrigação de recuperação de áreas desmatadas e no retrocesso
de muitas áreas legalmente protegidas.
A presidenta Dilma Rousseff tem até o
próximo dia 25 para se manifestar pela sanção ou veto, total ou parcial, do
projeto.
Segundo juristas, o projeto de lei
quebra acordos internacionais assinados pelo Brasil, como as convenções sobre
mudanças climáticas e biodiversidade, além de ignorar o 'Princípio da
Precaução'.
Viva a Mata
Os manifestantes saíram do Monumento
às Bandeiras e seguiram pelo Parque Ibirapuera, que recebeu de 18 a 20 de maio
a oitava edição do Viva a Mata, maior evento brasileiro em prol da Mata
Atlântica. Um dos cinco hotspots de biodiversidade mais ameaçados no mundo, a
Mata Atlântica terá a sua recuperação colocada em risco se as mudanças no
código florestal avançarem.
Durante o Viva a Mata foram
discutidos mecanismos para a preservação dos remanescentes do bioma, como a
criação de Reservas Naturais do Patrimônio Natural (RPPN) e esquemas de
Pagamentos por Serviços Ambientais.
Os ecossistemas marinhos também
ganharam uma atenção especial no evento, já que menos de 1% destes ricos
hábitats estão sob alguma forma de proteção no Brasil apesar de cientistas
estimarem que seria preciso a preservação de entre 10% e 20% para a manutenção
saudável dos estoques pesqueiros.
O Viva a Mata fechou dando a sua
contribuição para as discussões sobre a Rio +20,quando especialistas veteranos
na questão da sustentabilidade concordaram que o caminho para o sucesso da
conferência é a pressão popular.
Fonte: Jornal Meio Ambiente