27/06/2012 17:10:53
Regina Scharf,
Foto: Henrique Andrade Camargo
As escolas de Administração estão formando profissionais capazes de
incorporar os desafios da sustentabilidade à gestão das empresas? A resposta é
um sólido não, segundo a 50+20,think tank formado numa colaboração
de três organizações interessadas na formação de lideranças empresariais
responsáveis:Principles for Responsible
Management Education (sob o
guarda-chuva do Global Compact e das Nações Unidas), Globally
Responsible Leadership Initiative e World
Business School Council for Sustainable Business. As entidades consideram que o ensino de Administração
continua a seguir um modelo dos anos 50, que ignora, por exemplo, a
contabilidade das externalidades, e que precisa ser atualizado (daí o nome
50+20).
Com o apoio de 16 instituições de ensino de vários países e uma centena
de especialistas em gestão empresarial, a 50+20 elaborou um guia para
modernizar a educação dos futuros dirigentes empresariais. Participaram escolas
de várias latitudes (mas nenhuma brasileira). Dentre elas, a Copenhagen
Business School, a Rajiv Gandhi Indian Institute of Management e a University
of Pretoria. O documento (em
inglês) foi lançado em meio aos muitos eventos paralelos da Rio+20, o que
explica a pouca divulgação. Veja ao lado o teaser promocional, que resume o
espírito do trabalho.
Para os dirigentes da 50+20, as escolas têm que desenvolver líderes
globalmente responsáveis, capazes de mudar paradigmas e de levar as empresas a
servir ao bem comum. Elas têm de buscar estratégias alternativas para abrir os
horizontes dos novos executivos. Os estudantes poderiam, por exemplo,
participar de atividades colaborativas, em que interagiriam com professores e
diversos stakeholders, desenvolvendo uma visão global e um
sentimento de empatia.
E, mais importante: as escolas têm que romper com uma série de dogmas.
Têm que reavaliar o foco obsessivo no crescimento exponencial (do faturamento,
da valorização das ações, da produção), têm que desenvolver uma nova política
de benchmarking (o que define a excelência empresarial?). Como
diz o vídeo, a mera adição de aulas de ética e sustentabilidade ao currículo
não basta: é como “colocar batom num porco”.
Fonte: Mercado Ético