Aluguel de bicicleta vai começar na Vila Mariana
EDUARDO ASTA
RODRIGO BURGARELLI
São Paulo vai inaugurar seu primeiro
sistema de empréstimo de bicicletas de larga escala nesta quinta-feira (dia
24). Cerca de dez estações vão funcionar, cada uma com uma média de dez bikes
disponíveis. O bairro que receberá as primeiras estações será a Vila Mariana,
na zona sul. A ideia é que, nos próximos três anos, 300 estações coloquem à
disposição dos paulistanos 3.000 bicicletas para aluguel.
O sistema será operado pelo Itaú e
recebeu o nome de Bike Sampa. O banco já opera um sistema parecido no Rio, onde
600 bicicletas estão espalhadas em 60 pontos de empréstimo. Os usuários podem
checar pela internet e celular qual é o bicicletário mais próximo com
bicicletas disponíveis para uso. Lá, viagens de até 60 minutos são gratuitas e
paga-se R$ 5 pela hora excedente. O banco não divulgou como fará a cobrança em
São Paulo.
Quando todo o sistema estiver
concluído, o objetivo é que a cidade tenha uma rede de estações de empréstimo
em uma distância de um 1 quilômetro entre uma e outra. Assim, será possível
pegar uma bicicleta perto do metrô, do ponto de ônibus ou de casa, por exemplo,
e deixá-la na estação mais próxima do trabalho. Caso o trajeto seja curto, o
usuário não terá de desembolsar nada além do pagamento mensal do cartão – no
Rio, a mensalidade é de R$ 10.
O retorno para o banco é feito por
meio da publicidade estampada nas estações e em cada uma das bikes, uma brecha
prevista na Lei Cidade Limpa, de 2007. Na visão da empresa, essa será uma das
possibilidades no curto prazo para expor sua marca pela capital.
A exploração publicitária vai ocorrer
da seguinte forma: duas placas de 3 centímetros cada na parte dianteira da
bicicleta e duas placas na parte traseira, de 10 centímetros cada uma.
Segundo Regina Monteiro, presidente
da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana da Prefeitura (CPPU), algumas
modificações foram feitas em relação às bicicletas que são emprestadas na
capital fluminense. “Houve pequenas modificações no formato do banco e no
sistema de freio. O modelo paulistano será o mais moderno possível, eles nos
garantiram”, afirmou a arquiteta.
Para Thiago Bennichio, diretor-geral
da Associação Ciclocidade, a ideia é boa, mas é necessário maior investimento
em infraestrutura para a segurança do ciclista em São Paulo. “Seria preciso
fazer mais ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas para garantir a segurança do
usuário do sistema. A Secretaria de Transportes está apostando mais nas
ciclorrotas (ruas onde são colocadas sinalização advertindo para o fluxo das
bicicletas), mas cada tipo de via precisa de um tipo de infraestrutura
diferente”, afirmou o ativista.
Segundo ele, seriam necessárias
campanhas de educação para que se diminua o risco de acidentes com o provável
aumento no número de ciclistas na cidade.
Fonte : Jornal da Tarde