Feira de Animais
Silvestres em Campina Grande na Paraíba. É uma vergonha!
Em Campina Grande,
segunda maior cidade da Paraíba, a feira de animais silvestres é uma vergonha.
Neste local, os animais são comercializados livremente e há raras apreensões
dos órgãos competentes.
Vale salientar que feiras desta categoria existem por todo o país e se
configuram como uma vergonha nacional.
Em Campina Grande, várias espécies de animais são negociadas,
principalmente as aves, e entre elas a mais cobiçada do momento: o azulão do
nordeste, ave endêmica de algumas partes do nordeste, ameaçada de extinção e,
segundo o ambientalista Aramy Fablício, “com um quadro irreversível, pois as
políticas ambientais são ultrapassadas”.
E mesmo que houvesse apreensões, na região quase não existem mais azulões
soltos na natureza. Há relatos de que na região do cariri ainda existam alguns,
mas é apenas uma questão de tempo até o capturador apreendê-lo e levá-lo para o
mercado negro. E devido a sua raridade, o valor aumenta.
Além do azulão, são negociadas outras espécies de aves endêmicas da
região como a pinta-silva do nordeste, o galo de campina, o goladinho, o
vem-vem, a maria-fita e tantas outras nativas e também as migratórias como o
bigodinho, o papa-capim, o caboclinho lindo, a chorona. Também são negociados
animais como saguis, guaxinins, tatus, cobras, camaleões e tantos outros. Tudo
tem seu valor no mercado negro, inclusive as plantas exóticas, características
da região nordeste.
“O que eu não entendo é que se existem feiras de animais silvestres
funcionando livremente, deveriam ser liberadas feiras para drogas, armas e tudo
o que é ilícito por lei. Publiquei uma matéria na qual propunha tolerância zero
com a criação ilegal de animais silvestres.
Em locais nesta situação, os responsáveis seriam multados e processados,
é necessária esta ação para começar a reverter este quadro. Mas é comum em todo
Brasil ver alguém desfilando numa praça ou numa rua com uma gaiola e dentro uma
ave do nordeste, do centro-oeste, do norte, ou de outras regiões. E nada é
feito?” afirma o ambientalista Aramy Fablício.
O IBAMA e outros órgãos ambientais muitas vezes recebem a culpa de não
darem conta de suas atribuições, mas como é que um guarda florestal vai cuidar
de uma área imensa, dadas as dimensões de nosso país, levando em conta que são
desprovidos de transportes, suprimentos e outros equipamentos necessários.
O problema verdadeiro encontra-se em duas esferas: no congresso nacional,
que não dá o devido apoio e burocratiza a ação destes órgãos, além de fazer as
políticas ambientais regredirem, e na própria população, que alimenta o
tráfico.
Segundo Aramy Fablício, a ação mais eficaz seria a descentralização da
atuação destes órgãos, com a criação de sedes em todas as cidades do Brasil e
com guardas florestais fixos em cada cidade, sendo estes escolhidos após
rigoroso concurso e conhecedores da realidade do local onde estiverem
inseridos, para que a comunidade tenha a quem recorrer no caso de qualquer
ocorrência. Esta medida, inclusive, geraria inúmeros empregos em todos os
pontos do país.
SITE: www.aramyfablicio.com