São Paulo prepara maior mercado de carbono do País


No mês passado o site terra publicou ...
05 de junho de 2012 • 20h16 •  atualizado 21h26

O governo paulista anunciou nesta terça-feira planos para criar um mercado de carbono que poderá no futuro ser associado a um esquema semelhante que está sendo desenvolvido no Rio de Janeiro. São Paulo responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e vigora no Estado uma rigorosa lei que estipula uma redução de 20% nas emissões de gases do efeito estufa até 2020, em relação aos níveis de 2005. Isso significa limitar as emissões a 98 milhões de t de dióxido de carbono ou equivalente.

"Isso é uma prioridade para o governo. Esperamos ter o mercado funcionando o mais breve possível", disse a jornalistas o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas. "Nós já estamos conversando com as indústrias sobre as metas. Essa é a grande dificuldade a ser vencida, definir o tamanho dos cortes nas emissões". A BM&FBovespa, maior bolsa de valores latino-americana, será parceira do governo estadual na iniciativa.
O esquema fluminense de mercado de carbono será formalmente lançado neste mês, e o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse que no futuro poderá haver uma vinculação entre os dois mercados de carbono dos mais ricos Estados brasileiros, embora por enquanto não haja planos concretos nesse sentido. "Nós podemos promover a interconectividade com outros mercados, em nível nacional ou internacional", disse Pinto.
Ele acredita que o mercado paulista de carbono possa estar operacional já no final do ano se o governo acelerar a definição de metas e regulamentos. Analistas consideram que a meta de redução de 20% nas emissões até 2020 é quase impossível de ser alcançada.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que, embora a meta para 2020 seja muito severa para um Estado tão populoso, vários setores podem contribuir com reduções significativas das emissões. "É uma meta ambiciosa, mas nós vamos trabalhar para cumpri-la", afirmou.
Ele disse esperar que uma grande parte das reduções venha dos transportes. O Estado vem investindo em hidrovias para reduzir o uso de caminhões no transporte de mercadorias, e também na expansão do metrô e dos trens na Grande São Paulo.

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