24/10/2012 - Autor: Jéssica Lipinski - Fonte: Instituto CarbonoBrasil
Última reunião da partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas antes da COP 18 deve preparar o terreno para que grandes desafios nas negociações multilaterais sejam superados
Nesta segunda-feira (22), teve início o último encontro internacional antes da 18ª Conferência das Partes sobre mudanças climáticas (COP 18), que acontecerá em Doha, no Catar, entre novembro e dezembro. A Pré-Conferência das Partes (Pré-COP 18), realizada em Seul, na Coreia do Sul, tem como objetivo debater as lacunas deixadas pela COP 17 para a criação ou alteração de acordos climáticos internacionais.
O principal assunto tratado na reunião serão as brechas a serem fechadas para o início do segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto. “A tarefa mais premente nas negociações deste ano é garantir uma transição tranquila, para que o segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto comece a partir de 2013”, comentou Kim Hwang-sik, primeiro-ministro sul-coreano.
“Reconheço que ainda temos algumas lacunas a fechar entre agora e a adoção [das alterações no protocolo]. No último ano em Durban, as partes concordaram que haveria um segundo período de compromisso e quando ele começaria”, disse Abdullah bin Hamad al-Attiyah, presidente da Autoridade de Transparência e Controle Administrativo do Catar (ACTA).
“Durban deixou algumas questões não resolvidas. Doha tem que resolver a extensão do segundo período de compromisso e os objetivos quantificados das reduções de emissões para as Partes do Anexo I neste período. Há uma série de questões legais, técnicas e processuais que devem estar em ordem em Doha para garantir um bom começo do segundo período de compromisso”.
Al-Attiyah, entretanto, se mostrou confiante de que tais alterações serão feitas e que o segundo período de Quioto entrará em vigor.“Gostaria de ressaltar que uma conclusão bem sucedida das negociações sob o Protocolo de Quioto, que inclui a adoção de alterações ao protocolo, deve ser um resultado importante da conferência de Doha. Estou confiante de que adotaremos essas alterações”.
Além das questões pendentes do segundo período de compromisso de Quioto, o evento na Coreia do Sul também discutirá outras ações climáticas que foram tomadas nas últimas conferências e que devem ser finalizadas e implementadas através de decisões da COP 18.
“Marcos importantes surgiram sob o AWG-LCA [Grupo de Trabalho para Ações Cooperativas de Longo Prazo sob a Convenção] até agora. Em Cancún e em Durban, instituições e processos chave foram estabelecidos para melhorar os meios de implementação. Isso inclui o Fundo Climático Verde, o Comitê de Adaptação e o Mecanismo de Tecnologia e seu Comitê Executivo de Tecnologia e seu Centro e Rede de Tecnologia Climática”, observou al-Attiyah.
“Temos na nossa frente a importante tarefa de fazer essas instituições e mecanismos elementares operacionais para garantir que recursos e apoios adequados, previsíveis e sustentáveis estejam disponíveis para países em desenvolvimento”, acrescentou o presidente da ACTA.
“Agora é a hora de ter uma abordagem totalmente nova para os desafios ambientais globais. Através de esforços combinados, podemos fazer a diferença”, concluiu o primeiro-ministro da Coreia do Sul.
O encontro, que reúne mais de 200 participantes entre ministros, legisladores e especialistas, acontece até a próxima terça-feira (30).
Fonte: Instituto Carbono Brasil