01/12/2012 by Fernando Reboucas
Perante as mudanças climáticas e o avanço das cidades sobre as regiões
de encostas e de beira d’água, tem crescido o risco de desastres ambientais e
urbanos no Brasil e no mundo. A grande questão é a capacidade de resposta de um
determinado país de classificar riscos, prevenir desastres e ter competência de
socorrer e amparar as vítimas de um desastre não calculado e evitado
anteriormente.
Em 2005, foi assinado o Protocolo de Hyogo, no Japão, o documento foi assinado
por 168 países para a geração de soluções coordenadas, em nível global, para a
redução de riscos de desastres. O documento é apoiado pela UNISDR (Centro de
Excelência da Estratégia Internacional para Redução de Desastres das Nações
Unidas), cuja importante reunião foi revista para 2012, no Rio de Janeiro.
O Brasil, por exemplo, no final dos anos 2000, e início dos anos 2010,
registrou diversos desastres ocorridos, por exemplo, em Santa Catarina, na
região serrana do estado do Rio de Janeiro e em regiões do Nordeste. Porém,
nessa época, o Brasil ainda não apresentava sólidos programas de prevenção de
desastres e muito menos dados estatísticos mais precisos. Popularmente, a nossa
cultura tinha a falsa compreensão que Deus era brasileiro e que terremoto e
fortes chuvas eram ocasiões para outros países, desconhecendo, por exemplo, o
longo histórico de desmoronamento de favelas e vilas no decorrer do século, em
decorrência de fortes chuvas e ausência de monitoramento do solo.
Segundo a da UNISDR para a América Latina e o Caribe, a entidade visa
apoiar e estabelecer o desenvolvimento de políticas públicas e processos de
conscientização que elevem o entendimento de governos, sociedade e empresas a
respeito dos riscos ambientais e consequentes desastres, principalmente, junto
às prefeituras. Segundo a ONU-Habitat, no Brasil a população ainda carece de
moradias seguras e livres de altos riscos de desastres.
Segundo Carlos Nobre, então secretário do Ministério da Ciência e
Tecnologia do governo Dilma e membro do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), o nosso novo Código Florestal aprovados em 2012 e vetado em parte
pela presidente deveria registrar números nacionais mínimos para ocupação de
encostas, de topos de montanhas e preservação de matas ciliares de rios para
orientas melhor as prefeituras, principais responsáveis pelo monitoramento da
expansão urbana e da ocupação de encostas no país.
Finalizando, segundo o documento de Hyogo, ficou estabelecido: 1 –
garantir que a redução de desastres seja uma prioridade nacional e local; 2-
identificar, avaliar e monitorar as áreas com risco de desastre, melhorando o
sistema de alerta à população; 3- utilizar o conhecimento, educação e inovação,
criando uma cultura de segurança em todos os níveis.
Fonte: Gazeta Brazilian News