Cetesb acha 183 áreas na região que ameaçam solo

São José do Rio Preto, 26 de Julho, 2013 - 1:50
Allan de Abreu 
Edvaldo Santos

Gerente regional da Cetesb, Antonio Falco Júnior, diz que até o ano 2000 não havia controle e produtos contaminantes subsistem no solo

Postos de combustível, indústrias, estabelecimentos comerciais e aterros sanitários causaram a contaminação do solo em 183 áreas na região, 39 só em Rio Preto. É o que mostra relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com dados de 2012. Houve ligeiro aumento em relação ao ano anterior, quando foram constatadas 171 áreas contaminadas no Noroeste paulista. 

A maior parte da contaminação, 90% do total, é causada por vazamento de combustível nos tanques instalados no subsolo dos postos. “Hoje há equipamentos modernos de controle de vazamentos, com parede dupla e sensores. Mas até o ano 2000 não havia controle algum, e esses produtos ainda subsistem no solo”, explica o gerente regional da Cetesb, Antonio Falco Júnior. 

Uma vez no solo, os produtos derivados do petróleo penetram lentamente na terra, e podem atingir o lençol freático. “Como algumas dessas substâncias, como o metilbenzeno, dolueno e xileno são cancerígenas, o risco à saúde pública é preocupante”, diz o geólogo Samir Barcha, professor aposentado da Unesp. 

Daí, afirma o gerente da Cetesb, o rigor do órgão no controle a na descontaminação dessas áreas. Uma vez constatada a contaminação, o posto é notificado a regularizar a situação. Caso contrário, é punido, primeiro com advertência, em seguida com multas que variam de R$ 9,6 mil a R$ 38,7 mil e até a lacração do estabelecimento. Falco não soube precisar o número de postos lacrados em Rio Preto nos últimos anos. 

Se a empresa consegue despoluir o solo, entra em uma segunda etapa, em que a área é monitorada por mais dois anos - 59 das áreas estão nessa situação. Se não for encontrado mais resquício de combustível nesse período, o local é classificado como reabilitado. Caso surjam novas evidências de produtos químicos, o processo de despoluição recomeça do zero. 

Procurado ontem, Roberto Uehara, presidente regional do Sincopetro, sindicato que reúne os postos de combustível, não foi localizado. A reportagem deixou recado na empresa dele, mas não houve retorno até o fechamento desta edição. 

Além de postos, a Cetesb constatou contaminação no subsolo de 11 estabelecimentos comerciais, um agrícola e cinco indústrias, além de dois aterros sanitários. São cinco áreas contaminadas com metais pesados, incluindo um curtume em Novais - segundo Falco, a empresa encerrou as atividades no início deste ano. 

Metais pesados nos aterros 

Dois antigos aterros sanitários na região, em Rio Preto e Catanduva, contaminaram o subsolo com metais pesados, conforme a Cetesb. 
“São aterros muito antigos, dos anos 80, quando não havia nenhum critério para o depósito de lixo. Até lixo hospitalar jogavam nesses locais”, afirma o gerente regional do órgão, Antonio Falco Júnior. 

Em ambos os aterros, já inoperantes, as prefeituras se comprometeram a adotar medidas que minimizem o risco de contaminação em áreas vizinhas, segundo Falco. Em Rio Preto, no ano passado foi feito plantio de grama no local e delimitação do vizinho córrego da Anta. Neste ano, está previsto no cronograma da Secretaria de Meio Ambiente a permeabilização e nivelamento do cume do aterro. O objetivo, segundo o gerente da Cetesb, é evitar desmoronamento do aterro. 

“O local demanda um controle sistemático por pelo menos mais 10 ou 15 anos”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Ademir Perez. Procurada na tarde de ontem, a Prefeitura de Catanduva não se manifestou até o fechamento desta edição.




Fonte: Diário Web






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