Por Valdir Carleto -
maio 24, 2018
Os manifestantes da região do Cabuçu chegaram ao Bom Clima para tentar falar com o prefeito Guti e reafirmar a disposição de não permitir que o grupo francês Veolia amplie o aterro sanitário CDR Pedreira da área de São Paulo para o município de Guarulhos.
Todas as grades do entorno do gabinete do prefeito estavam fechadas. Os manifestantes foram informados de que um representante iria atender uma comissão de até dez pessoas. Enquanto alguns foram autorizados a entrar, os demais continuaram discursando contra a expansão do aterro.
O engenheiro Álvaro Garruzzi, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, morador do bairro, afirmou que a Lei do Zoneamento não permite a atividade pretendida no local onde a empresa quer instalá-lo. Disse que ali há nascentes e córregos e que se não mais existirem é porque a proprietária anterior da gleba não os preservou como seria seu dever. E que o grupo Veolia, ao comprá-la, passou a ser responsável pelo que a antecessora não fez.
O ex-prefeito Elói Pietá disse que, tão grave quanto a ampliação ora pretendida, é que o aterro sanitário de Guarulhos, que pertencia à Quitaúna, está sendo administrado por uma empresa pertencente ao mesmo grupo e que o perigo é que, se for permitida a expansão que agora está sendo pedida, depois queiram juntar os dois aterros, com graves consequências à ecologia da região. Citou que, além do aterro propriamente, outro aspecto grave e que também contribuirá para a degradação ambiental será o aumento do tráfego d caminhões no local.
DIFÍCIL ENFRENTAMENTO
Ao que tudo indica, os moradores da região enfrentarão uma batalha dificílima. O grupo francês é muito poderoso e, a julgar pelas falas de alguns vereadores em entrevistas, não haverá rejeição suficiente na Câmara Municipal para as pretensões. Tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo, é perceptível a passividade diante da questão, passando a impressão de que tudo já está resolvido.
Na mídia local, também não se vislumbra resistência às pretensões da empresa, de trazer resíduos de outras cidades para serem depositados em Guarulhos.
O Click Guarulhos reafirma a posição já expressada de ser contra a ampliação, pelo simples preceito de cada município deve arcar com o depósito e tratamento de seu próprio lixo, seja ele orgânico, de origem domiciliar, ou mesmo os resíduos sólidos, oriundos de construções e outras atividades. Cada cidade deve criar mecanismos de reciclagem e compostagem para reduzir ao mínimo imprescindível o volume de lixo.
Valdir Carleto
Fonte : ClickGuarulhos