A grande mobilidade do ser humano no planeta terra,
utilizando os mais variados tipos de veículos concorre para a disseminação de
doenças e para a rápida transferência de um foco de infecção de um hemisfério
para outro.
Os pontos mais distantes do nosso planeta cada vez se tornam
mais próximos. A evolução do transporte
aproxima cada vez mais estes pontos. Até bem pouco tempo, somente através do
transporte marítimo conseguíamos atravessar o Atlântico, o Pacifico e atingir
outro continente. As viagens eram longas, cansativas e desgastantes.
A Vigilância Sanitária nos portos preocupava-se em não
deixar entrar no país qualquer patologia que poderia disseminar comprometendo toda
à população. Os quadros suspeitos eram submetidos à quarentena, já que poderiam
estar no período prodrômico (período de incubação). Cobravam-se as vacinações
obrigatórias para determinadas doenças.
E agora, projéteis múltiplos e invisíveis estão sendo disseminados
em todo planeta. Explosões maiores estão ocorrendo na Itália, Espanha, Estados
Unidos e no Brasil aumentam as vítimas. Entrincheirada toda humanidade tenta escapar.
A mobilidade comprometida, abastecimento prejudicado, vida
social destruída, contato pessoal interrompido, falar frente a frente
impossível, esporte e trânsito bloqueados, tudo fora da normalidade.
Guerra viral que há muito sabíamos que iria acontecer,
quando na década de 90 publicávamos artigo intitulado “Globalização das Doenças
Infectocontagiosas”, mostrando o curto espaço de tempo para a propagação em
todo planeta, falávamos da mobilidade como agente causal dessa atual guerra.
Doenças endêmicas em uma localidade transportada para outras e disseminando a
países gerando a pandemia.
Caminhões, carretas, baús, transportando doenças endêmicas
de um lado para outro, comprometendo os grandes centros. Aviões distribuindo de
maneira rápida, vetores e portadores hoje do Corona Vírus. Esse inimigo
transformou a população mundial gerando medo, pânico, isolamento, problema
econômico, fome, possibilitando aparecimento de outras doenças oportunistas e
ainda, impedindo que portadores de doenças crônicas possam mobilizar-se para
uma consulta médica ambulatorial ou de emergência. Na emergência não consegue
vaga, nas enfermarias idem e tão pouco em UTI porque encontra-se ocupada pelas
vítimas da guerra, tudo está direcionado para o Covid 19.
E como vamos resistir a esse ataque covarde que nos
surpreendeu, levando vidas, gerando isolamento, tristeza e sofrimento para
todos.
Profissionais de saúde na linha de frente virando vítimas. A
cada hora mais pessoas chegam aos hospitais, as estatísticas assustam, os
hospitais e profissionais da saúde estão limitados.
Cientistas se apressam para buscar por drogas, vacinas, meio
de interceder para enfrentar e destruir o inimigo.
Esse inimigo é forte, está bem equipado e seu principal
objetivo estratégico é chegar ao pulmão de sua vítima, impedindo que a
hemoglobina capte o oxigênio, levando a vítima a insuficiência respiratória.
Reduz a vitalidade dos tecidos e órgãos tornando cada vez mais grave o estado
geral da vítima.
Temos que nos cuidar sabendo que o corona vírus se adquire
através contato, as novas atitudes nos levam ao afastamento das pessoas,
torna-se necessário priorizar higiene pessoal e com superfícies de contato, uso
de máscara, água, sabão e álcool em gel.
Os gestores de tráfego precisam orientar seus condutores com
relação a esses cuidados já citados e fornecer EPI e material para higienização
pessoal e ambiental. O habitáculo sabemos ser normalmente mal higienizado, por
isso precisamos enfatizar a necessidade de manter o ambiente de trabalho
organizado e limpo, lembrando que para o interior do veículo levamos nos
calçados, roupas, mãos microrganismos os mais diversos, tornando o ambiente
insalubre.
Aqueles que usam barba, bigode devem saber que isso está
próximo as mucosas nasal e oral e que a todo momento levam a mão com
microrganismos nessa barba que com as gotículas que são eliminadas quando se
fala, espirra e tosse humedecem o ambiente tornando-o um meio de cultura.
Quando colocamos a máscara, equipamento hoje obrigatório, os vapores d’água
saídos da cavidade oral e nasal humedecem a máscara, tornando-a ineficiente por
isso precisamos trocá-la a cada três horas.
É com os cuidados preventivos que vamos impedir que o
inimigo nos derrube ou que sejamos portadores e transmissores do mal que assola
o planeta.
Dr. Dirceu Rodrigues Alves
Diretor da Abramet.