A Prefeitura de Piracicaba (SP) definiu nesta quinta-feira (18) a empresa privada que irá fazer a retirada dos peixes mortos da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, conhecido como minipantanal paulista. A limpeza deveria ter começado na quinta (18), mas foi adiada, e deve começar na manhã desta sexta-feira (19), com a ajuda de um trator aquático, equipamento capaz de fazer a retirada dos animais mortos da água.
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A operação de limpeza e de apuração da mortandade vai ser coordenada pela Polícia Militar Ambiental. Ao todo, 14 barcos devem ser usados no trabalho, além de outras máquinas, como o hidrotractor. Um QG será montado em um ponto do Tanquã, em São Pedro (SP), para ordenar os trabalhos.
O trator aquático será usado para levar os peixes mortos para margem, então retirados do rio e levados em caminhões de lixo para um local de descarte adequado.
Cetesb espera análises para multar usina por peixes mortos
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Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) aguarda a conclusão das análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba para definir a penalidade, que pode chegar a R$ 50 milhões, a ser aplicada à Usina São José, acusada de ser a responsável pela morte de milhares de peixes. Essa decisão deve sair nesta sexta-feira (18). A usina afirma que “as insinuações de envolvimento nessa ocorrência são precoces e não têm, até agora, qualquer comprovação ou fundamento”.
Segundo a Companhia Ambiental, na segunda-feira (15) foi realizada uma inspeção e a medição de oxigênio no Córrego da Pinga e que técnicos já constataram que este curso d’água também foi contaminado pelo descarte irregular de resíduos industriais lançados pela usina na semana passada, provocando mais mortes de peixes na região do bairro Tanquã, onde há um minipantanal que é uma área de proteção ambiental.
Também por meio de nota, a Usina São José S/A Açúcar e Álcool declarou que cinco inspeções foram realizadas por técnicos da Cetesb nas dependências da empresa e que “nada foi informado à usina formalmente que explique o motivo ou a origem da mortalidade de peixes registrada nos últimos dias”.
A empresa disse, ainda, que “considera precipitadas as notícias divulgadas nos últimos dias, citando poluentes que teriam sido liberados no Ribeirão Tijuco Preto e chegado ao Rio Piracicaba” e que está colaborando com todas “as informações e acessos solicitados para garantir uma investigação transparente e justa, que leve às causas desse incidente”.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou à Cetesb um relatório conclusivo com os resultados das análises, o quantitativo de peixes mortos e, também, a tomada de providências imediatas da apuração das causas e dos possíveis responsáveis pelo desastre ambiental, além da adoção das medidas administrativas e criminais pertinentes.
A Prefeitura de Piracicaba informou que vai realizar a recolha dos resíduos – peixes mortos - da região do Tanquã. Os trabalhos serão iniciados nos próximos dias, a fim de diminuir os possíveis danos ambientais.
Histórico da mortandade de peixes
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a manhã do domingo (7), o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) identificou alterações na oxigenação das águas do rio, às 4h, e agravamento às 6h, por meio da estação de monitoramento da autarquia. Depois, a Simap (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente) constatou irregularidades nas águas, quando os peixes começaram a aparecer mortos.
Os peixes mortos foram encaminhados para a terceirizada responsável, a Piracicaba Ambiental, que fez o descarte correto, para não permitir a contaminação do solo ou da água.
Além disso, a Prefeitura também acionou o Ministério Público para que notifique a Prefeitura de Rio das Pedras, onde a usina está localizada.
O prefeito Luciano Almeida, que atualmente é também presidente dos Comitês PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), solicitou à Cetesb autorização para instalação de três novas estações de monitoramento, sendo nos rios Atibaia e Jaguari e no ribeirão Tijuco Preto.